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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Punx desconstruindo o sexismo - Zine AnarcxPunk


Em suas mãos um zine que trata de um problema recorrente na cena punk e na sociedade de modo geral, o sexismo. Ele surgiu da idéia de se abrir um debate coletivo sobre o tema, que muitas vezes é esquecido ou é tratado como um problema não existente, o que infelizmente, não
é verdade. Os abusos sexuais em gigs, a violência física, verbal e emocional em diversos âmbitos da cena continuam acontecendo, e de modo geral, continuamos tratando
apenas como casos isolados, conflitos de casal, acidentes e desculpas afins. Desta forma, continuamos perpetuando comportamentos sexistas em nosso meio, o presente zine se propõe a
instigar o desejo pela desconstrução deste comportamento sexista por meio de análises do problema e propostas de mudança, com ênfase nas relações entre homens e mulheres. Acredito na destruição dos papéis de gênero, da heteronormatividade e do binarismo sexual, porém, eles
existem, e existirão até que possamos compreendê-los e desconstruí-los. Os textos aqui presentes abordam o tema sexismo de maneiras diferentes e algumas vezes contraditórias, e isto é proposital. Acredito ser necessário introduzir opiniões diferentes para que se possa imaginar e construir as medidas necessárias para cada cena punk em particular, pois, cada uma é dotada de peculiaridades que alteram o modo como se deve encarar este problema que é tão complexo e que permeia tantas questões, como racismo, homofobia, religiosidade, culturalismo e
consumismo. O texto “Punk versus sexismo” foi escrito pelo coletivo, zine & distro Profane Existence, contém informações e propostas interessantes para nosso meio. O texto “Você não pode quebrar meu espírito” foi escrito por Adrienne Droogas, que fez e faz parte de várias bandas e coletivos e que aborda de maneira pessoal e intensa o sexismo em sua vida. (Ambos os textos foram livremente traduzidos) E temos o texto da Naira (que não tem mais nenhum envolvimento com a cena punk, porém seu texto, escrito em 1999, ainda é contundente) retirado do encarte do split Execradores/Sin Dios, Os demais textos e imagens
são de produção deste zine ou foram encontrad@s sem informação autoral, em todos os casos, a
cópia é livre, assim como parte ou todo do zine. (copyleft fuck off). As normas gramaticais foram propositalmente esquecidas. Por mais que de modo geral a escrita se enquadre nela, isto não foi buscado, as normas gramaticais, em geral, são por si só discriminatórias e sexistas, logo, devemos libertar as palavras dela.Como geralmente utilizado em nossa (punx) escrita o “@” e o “x” definem tanto “o” quanto “a” transformando as palavras em palavras de gênero único, neutro. Também é importante deixar claro que este zine não é para esta ou aquela pessoa, nem a nenhum grupo ou banca específic@, o zine é para tod@s integrantes do movimento e até mesmo para sociedade como um todo, porém, o zine é direcionado especificamente para cena punk, porque, se tratarmos de forma geral, caímos no velho hábito de criticar a sociedade e não a nós mesm@s.


Igualdade não é um mero slogan - é um compromisso.                                                                      
Este compromisso só vai funcionar quando nós o sustentarmos e exercermos na teoria e na prática, em nossas vidas diárias.                                                                                                             
Quando trabalhamos para atingir isto dentro do movimento punk, também estaremos trabalhando no sentido de alcançar a igualdade e combater o sexismo na sociedade.               
Este é um processo contínuo e que deve se manter para evitar retrocesso aos velhos hábitos.      
É também essencial que os novos membros da nossa comunidade sejam educados, não só
as causas, mas também aos métodos para combater o patriarcado, o sexismo e a violência sexual.
Se cada um de nós usar estas táticas em nossas vidas diárias, isto permitirá a todos nós uma voz
e um meio para enfrentar o sexismo (e outras formas de opressão).
Este é um conjunto fundamental de direitos para todos.                                                                
A sensação geral de respeito um pelo outro irá fortalecer a nossa comunidade interna, e fornecer meios para seriamente começarmos a combater a opressão.


*zine 32 paginas, tamanho A4, que trata exclusivamente da questão do sexismo...




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